Me aventurar nas curvas do seu corpo sempre foi uma viagem,

Duas ou três,

Uma estadia com começo, meio e fim,

Daquelas que se esquece de casa,

Que não quer ir embora,

Mas quando volta,

Nunca se sabe se um dia voltará,

O que fica são lembranças e saudades.


Não eram viagens banais,

Mas daquelas de tirar o fôlego,

Conhecer novas rotas, pontos turísticos, mares, montanhas, cavernas,

Novo dialeto, costumes, comidas típicas e todo misto de sabores que uma cultura pode oferecer.


Em uma das rotas desta viagem você perde o rumo,

Num abismo você teme a ponte, não quer olhar pra baixo,

Foge, desiste,

Enfim respira, toma fôlego e com um passo de cada vez,

Anda para chegar do outro lado,

Me estende a mão,

Um pouco mais firme,

Você quer voltar a viajar comigo,

Será mesmo?

Te dou a mão,

Arrisco.


Você me puxa,

Me abraça,

E me mostra tudo que sente,

Venda meus olhos e me guia até uma casinha no campo,

Quando chegamos tira as minhas vendas,

Lá é simples, mas com um jardim na frente,

E o interior aconchegante,

Você acende um abajur, fecha a porta,

Senta na cama, me puxa,

Eu sento no seu colo,

Nos beijamos e você aperta meus seios,

O que me faz arrepiar,

Rebolo e suspiro,

Cada vez mais intensamente,

Com uma mão arranho as suas costas e com a outra seguro seu cabelo,

Puxo sua cabeça levemente pro lado e mordo de leve seu pescoço,

E sua orelha,

Com a outra mão sinto a superfície da sua pele arrepiar.


Tiramos as roupas,

Você me deita e vem por cima de mim,

Me beija,

Depois passa os seios pelos meus,

Devagar,

Descendo pelo meu corpo, suaves, macios, deliciosos,

Até passar o mamilo na minha buceta,

Me arrepio,

E aguardo você fazer o caminho de volta até a minha boca,

Coloca um dos teus seios nela e o chupo, mamo, lambuzo,

Enquanto me esfrego na sua perna,

E a outra mão aperta o outro seio,

Como uma deusa você me possui,

Seus cabelos longos descem pelas suas costas,

Seu olhar me fita aguardando o ápice,

É tanto prazer e tesão para uma pessoa só,

Com ritmo cada vez mais rápido,

E cada vez mais tesão,

Eu gozo, te aperto e puxo pra perto,

Você suspira comigo e me envolve.



Nos encaramos, suspirando juntas de tesão,

Um orgasmo não era o fim,

Nunca foi,

Era um dos momentos de intensidade,

Que deu ainda mais vontade de seguir essa imersão de nós,

Dessa vez você deita,

Eu te beijo,

Boca, seios, barriga, virilha...

Me demoro com apertões nas suas pernas,

Até chegar na sua buceta,

Beijo os lábios,

Coloco dois dedos e a sinto molhada...

Que delícia,

Estimulo seu clítoris com a língua,

Você estremece, suspira, e diz:

“Senta nela, vem!”

Eu encaixo minhas pernas nas suas,

Encostando-as,

Rebolo e sinto meu clítoris encostando no seu,

A melhor sensação que eu poderia ter,

Me apoio com uma mão e com a outra aperto seu peito,

Rebolo e me esfrego,

Cada vez mais rápida,

Com o prazer de senti-las juntas,

Você geme,

Acelera,

Me enforca,

Cada vez nos movimentamos com mais força e intensidade,

Até que enfim,

Gozamos.


Me deito em um dos seus ombros,

Ali ficamos,

Te encaro,

Olhos próximos,

Vejo todas as linhas do seu rosto,

Você é linda,

Te assisto me assistir,

Sem pressa nem hora pra acabar,

Todo tempo do mundo para se demorar.


No fim nem é tão difícil te enxergar,

Em estradas mais tranquilas agora,

Menos atividades radicais e arriscadas,

Mas com o sabor do pôr do sol de fim de tarde,

Som do mar de fundo,

E brisa das árvores a refrescar.


Eu que sempre amei fortes emoções,

Também amava terra firme,

E com você experimento um pouquinho de cada,

É uma delícia compartilhar a vida com você,

Ter mares pra navegar,

Voar mundo afora,

E depois ter repouso tranquilo para me aconchegar.

Escrito por :

Aline Cruz

Aline Cruz
Escrita sempre foi um refúgio e uma forma de transformar o que penso em realidade, antes em cadernos, hoje na internet como jornalista e redatora. Escrevo porque guardar tudo para mim seria egoísmo. Também faço teatro, mergulho nas músicas, viajo dentro de mim e também fora: sejam lugares, pessoas, histórias ou teorias.