existe um lado iconsequentemente feroz que não se preocupa nem um pouco com a moral e os bons costumes, essa sou eu: movida pelo gosto das coisas, obcecada pelo valor cinematográfico das atitudes impensadas.
foi num desses hiatos
foi num desses dias que provoquei o estrago
almoçávamos todos no mesmo lugar, comemoração das metas batidas, aquele tedioso clima corporativo de todo dia.
pode ser uma combinação hormonal ou estelar, fato é, que às vezes beijo a boca do perigo só pra ver o que acontece.
ele vestia um terno bem alinhado, cabelos grisalhos começando a desenhar seu existir mais maduro e, uma aliança dourada e grossa posta no dedo anelar. assim como eu, estava entediado.
enquanto falavam qualquer coisa desinteressante ao fundo, nos olhavámos igualmente calados, hora ou outra checando o celular, quando notei que ele me enviou uma mensagem que dizia "quanto tempo mais ouviremos falar do neto da Soninha?". eu ri.
de mensagem em mensagem, despertou em mim o desejo
sempre o achei atraente, sempre notei um olhar que retribuía silenciosamente minha vontade
cada vez que um dos dois lia, o olhos se encontravam e um sorriso se punha nas faces
em algum momento voltamos o foco na conversa dos colegas e parecia que tinhamos ficado ausentes - não havia mais neto algum e o assunto era sexo.
o tema me deixou um tanto lasciva e eu o mirava fundo, querendo que notasse minhas reais intenções.
executivo correto, responsável, dono de uma família e de uma vida completamente dada ao que se espera - completamente sem graça e desejosa de qualquer descuido para sentir o sangue correr nas veias.
isso me deixou excitada. o risco, o perigo, o impedimento, o pecado.
enviei outra mensagem
"desde quando estão falando de sexo?"
"é o assunto favorito dos almoços corporativos"
"talvez eles precisem transar"
"passam mais tempo aqui do que em casa, dá para compreender..."
"é por isso que nesses encontros acabam falando de sexo, então?"
"poderiam acabar fazendo sexo, não só falando"
"não sei se os garçons ficariam confortáveis com isso"
ele riu.
continuei: "bom, talvez os garçons não precisem saber"
"sempre tem um jeito de fazer escondido"
"podemos tentar"
ele riu, mas agora um pouco de nervoso.
"me manda uma foto pelada"
direto. gostei.
"acho que vai ser meio dificil ficar nua aqui"
"manda a última que você enviou para alguém"
abri a galeria do celular e encontrei alguns nudes de outro dia, escolhi uma que tirei completamente nua de frente para o espelho.
"te chupo inteira"
coloquei o celular embaixo da mesa e tirei uma foto com a mão na buceta, em cima da calça, só pra ele ver que eu estava me tocando.
ele me olhou e eu franzi um pouco o cenho com um sorrisinho safado no rosto, abrindo espaço pra ele imaginar o atrito dos dedos na calça.
notificação de mensagem: era uma foto do pau duro - o volume saliente na calça social azul marinho que vestia tão bem.
parecia que estávamos a sós
nossa obcenidade estava saborosa demais pra parar.
vez ou outra falavam com a gente e respondíamos qualquer coisa genérica.
me levantei e ele me olhava um pouco confuso agora. fui ao banheiro.
abaixei as alças e tirei uma foto da buceta molhada. enviei.
nada.
comecei me sentir um pouco ridícula ali naquela situação, esperando uma resposta.
o risco de ser aventurosa como eu é justamente este: nem tudo sai como você queria. e tudo bem, acho que vale o frescor vital adrenalina.
ainda nada.
insisto
"eu to louca pra você vir aqui comer minha buceta".
nada.
um minuto depois e duas batidas na porta do banheiro
quando abri, lá está, o executivo certinho louco pra me fuder
abrindo as calças às pressas, enquanto me vira de costas e me encoxa
eu sinto o pau duro e meus olhos viram, ainda não entrou e eu quase imploro
soca o pau e mim
eu peço.
ele soca.
eu o sinto me fuder com muito entusiasmo, um ímpeto luxurioso - reflexo dos desejos reprimidos, a vontade de ser livre e imprudente
e eu ali, só uma ferramenta de sua fantasia: ele está se sentindo um macho.
enquanto me come ele diz "toma rola, toma"
"goza no meu pau"
olho para trás e falo propositalmente rindo: "vai mais fundo até eu gozar"
ele fica louco
alucinado
ele tira o pau e goza nas minhas costas
porra por todo lado, confirmando a vida sem sal que julguei.
ele se apoia nas paredes, sem forças.
eu volto pra mesa
comida.








