e.rup.ção
1. Saída súbita e violenta
Por mais que a condição não favoreça,
Prenda,
Sufoque,
Torture,
Sinto e desejo,
Que em certo momento a força que nos atrai,
Feito imã,
Energia pura, caótica, erótica, sáfica, sincera,
Essa que não damos o nome,
Mas explode pelo toque,
Pelo olhar,
Pelas palavras,
Que seguramos há tempos com toda a força,
Cresça mais um milímetro e entre em erupção.
Dias, meses, anos se passam,
Até hoje,
Você me chama para dar um mergulho e eu aceito,
Esse mar é mesmo calmo,
Não tem tanto perigo,
Tentador te ver assim,
De biquíni,
Seios ainda mais evidentes,
Bunda gostosa,
Como se fosse desenhada,
O mesmo olhar e sorriso encantador de sempre,
Que me atraem fundo no encanto que não posso cair.
Você pega as minhas mãos e sai correndo em direção às ondas,
Maluca, divertida, como uma garota de férias feliz,
Quanto mais entramos na água,
Mais o barulho da praia fica distante,
Até se tornar praticamente inaudível,
Você me olha,
Do mesmo jeito de sempre,
Quase me devorando pelo olhar,
Só que agora você decide agir,
Coloca a mão na minha cintura embaixo d’água,
Me puxa para perto,
Eu coloco uma mão nas suas costas,
E a outra na sua cintura também,
Ainda com medo, percebendo se você realmente vai se permitir,
E você se aproxima ainda mais,
Sedenta encosta os lábios nos meus,
Te beijo, aperto, abraço, puxo, arranho,
O mar fresco equilibra a erupção dos nossos corpos,
Que enfim se encontraram,
E agora sedentos um pelo outro não se desgrudam,
Sem demorar observa se está tudo tranquilo em volta e coloca o dedo na minha buceta,
Disfarçadamente,
Ao mesmo tempo que me provocando,
Eu falo que é melhor terminarmos depois,
Você concorda e continua a me beijar,
Até que paramos,
Olhamos uma para a outra,
Beijo sua testa e voltamos de mãos dadas até a orla.
Chegamos no apartamento e você fala que vai tomar banho,
Eu falo que também vou,
Entro no banheiro e você também,
Logo fecha a porta,
Me encosta na parede e me beija,
Hoje você é minha, gata,
Sou mesmo,
Eu respondo,
Tirando a parte de cima do seu biquíni,
Dessa vez não precisa de ajuda para amarrar,
E sim, para desamarrar,
Você tira o meu,
Eu tiro a minha calcinha e você a sua,
Nos olhamos,
De cima a baixo,
Nuas,
Sozinhas,
Finalmente,
Excitada, mas tímida, espero você me tocar para te beijar,
Você entra no chuveiro e me chama,
Eu obedeço,
Pego o sabonete e passo nas suas costas,
No seu pescoço,
Nos seus seios,
Apertando-os,
Você começa a me beijar,
Eu solto o sabonete e puxo seu cabelo,
Aperto sua bunda,
Você toca no meu clítoris,
Eu já estava toda molhada de tesão,
Toco na sua buceta também,
Sussurro e mordo sua orelha,
E sua nuca,
Enquanto nos beijamos,
Nos esfregamos,
E embaixo do chuveiro, gozamos,
Juntas,
Fogo que se funde em água,
Dois corpos que se cruzaram e enfim se fundiram em um ápice de prazer,
Eu e você,
A realidade que construímos,
Aqui você é livre,
E eu também.







