o piso frio do chão tinha um desenho de rosas
não era exatamente bonito, fundo cinza com a silhueta das pétalas em preto
uma a uma tecem uma roseira negra posta ao chão
eu fiquei um bom tempo olhando para o azulejo deitada de bruços no chão, pelada
cheirando a sexo
desenhei com a ponta do dedo as linhas que dão corpo às flores
ramificada junto aos caules, em silêncio para não acordá-lo eu pensava na noite que tivemos

o primeiro beijo que ele me deu reverberou no meu corpo até o último
estava sentada quando ele parou em pé na minha frente
o olhar me atravessou pele, carne, osso
segurou meu rosto com as duas mãos e foi chegando perto, bem devagar
minha boca salivou com a vontade de sentir logo o gosto
desviou a direção e roçou o nariz embaixo da orelha esquerda
eu gemi 
desejo tem som
ele me olha com um sorriso e fala sussurrando com a boca bem perto da minha
que tá louco pra me beijar
a essa altura eu forçava um pouco as pernas apertando a buceta 

eu o levo para a sala, os pés descalços tocam as rosas geladas até chegar no sofá
me deito de barriga pra cima e não tiro os olhos dele
ele para na ponta do sofá, em pé, me olhando
vem
eu chamo
deixa eu te olhar
ele responde
vindo
sem pressa
deitando seu corpo sob meu corpo
seguro seu rosto 
e manifesto: eu tô feliz que você está aqui
e eu tô feliz de estar aqui 
meu peito jorra uma paixonite, minha vulva jorra uma água ardente
a gente se beija
nossas mãos exploram nossos corpos
conhecendo cada canto - só essa parte já daria um conto
"quero te ver sem roupa"
me dispo
ele beija cada centímetro meu roçando a barba
do meu corpo parece sair asas, eu poderia ir para qualquer lugar enquanto essa boca chupar minha pele

seguro o pau dele
cuspo na cabeça
espalho a saliva com a língua, ainda só na cabeça
cuspo mais
gosto quando fica bem molhado
engulo inteiro até bater no fundo da garganta
ele passa os dedos no couro cabeludo, enrosca nos cabelos e puxa minha cabeça
querendo ver minha cara
ele pega o pau e desliza nos meus lábios
agora na maçã do rosto
e enfia tudo de novo na minha boca
controlando o movimento da minha cabeça
ele soca até eu tossir
mais saliva escorre da boca
ele soca até eu engasgar
e só tira quando ele quer
ele soca até lacrimejar os olhos
e eu obedeço
maliciosa, sorrio
ele bate com o pau na minha cara
esfrega o pau no meu rosto
em êxtase: "eu gosto de ver você assim toda babada"
espalha a baba com a mão, desliza testa abaixo, deixando um rastro de maquiagem preta até o queixo
"gostosa"

o vejo revirar um pouco os olhos, me excita a loucura que o prazer propõe
desço um pouco para lamber os testículos e os abocanho - um pouco de agressividade, um pouco de suavidade
sinto os pelos na língua e gosto
eu gosto desse homem
vou afundando a língua nos pelos, cada vez mais fundo
eu quero chegar lá, onde quase todos recusam
por ignorância, ou medo 
passo a ponta da língua devagarzinho, circulando o ânus com delicadeza
ele retrai um pouco
eu subo com a boca passando pelas bolas, pau e cabeça
enquanto chupo, seguro o saco com a mão 
massageando, escorrego o dedo do meio 
e penetro a ponta do dedo 
ele geme
e ouvi-lo me dá muito tesão
ele me arranha as costas, eu tô louca para amanhecer marcada 
como um lembrete
da lúxuria

ele me puxa pelos cabelos e me pede pra sentar gostoso
a gente se olha nos olhos 
enquanto eu subo e desço 
devagar e rápido
ele aperta meus peitos e belisca os mamilos rindo pra mim
eu falo que estou com muito tesão
ele aperta mais o biquinho duro
eu vou gozar, aviso
ele sobe as mãos no pescoço e me enforca enquanto levanta o quadril 
pro pau entrar mais
e entra
eu gozo.

nosso filme obsceno se desenha sobre o chão de rosas
enquanto lembro, me molho
tiro o dedo da rosa fria e coloco na buceta
só mexo os dedos, para que ele não acorde
eu ainda estou com tesão
insaciável,
gozo de novo.