ao som de Jards Macalé,
folheio memórias
visito histórias
soluços, o crime, só morto e sem essa - um álbum perfeito para revirar o peito.
se eu fosse escrever imbuída da quarta canção, todos nós, choraríamos no final
então,
não seria um conto erótico
seria só um conto de copas vazias
poupemos eu, você e quem me lê - recorto apenas aquela manhã de louco,
aquela
que vale a pena
reviver.
pelas frestas da janela de madeira, fechada, lapsos de sol, tentavam entrar
o quarto que não era nem meu, nem seu, mas muito nosso
amendoava-se
o lado direito da minha face
pousava no teu peito
movo o olhar pra cima, querendo assistir os últimos minutos do seu sono mas
você encara o teto
me estico um pouco
encaixo meu rosto
no seu pescoço
você desliza a mão nas minhas costas
me puxa pra cima de você
meus peitos encostados nos pelos teus
sua mão
parece
caber
nas minhas costas inteira
e enquanto ela desce
eu beijo sua boca
e daqui a pouco
eu vou sentar em você
mas antes
eu vou só sentir teu pau dentro de mim
nossas peles grudadas
e nenhuma palavra
está tudo dito
no infinito
daquela manhã de louco.
sentada, subo e desço em cima de você
primeiro bem devagar
até perceber
tua cintura começar a mexer
movido ao ímpeto
de me fuder
com força.
enfio os dedos na sua boca
agora sento rápido
você coloca a mão no meu clitóris
eu gemo
aperto seu pau com a buceta
você geme
aperto seu queixo
aperta meu peito
pega meu cabelo
me puxa de volta
sua língua molha a clavícula, uma delícia, uma película, um filme, esse filme de nós dois.
vou subindo
tirando a buceta do seu pau e a levando na tua cara
te sirvo na boca, eu, molhada e quente - você gosta muito de comer assim
trepo com seu rosto
com tremendo gosto
de te ver assim
olhando pra mim
atrito
buceta e rosto
esfrego mais
tua mão puxando meu peso pra mais perto
teu olho esperto
é certo
que eu vou gozar
me estico
olho para cima
queixo pro alto
desejo abstrato
gemo
jato
gozei
esguichei
você gemeu alto
saio de cima
você também tinha gozado.
cama molhada, teu rosto molhado
tudo meu transborda em você
sua barriga gozada
seu pau ainda duro
você surpreso
com o que aconteceu ali
eu me levanto
você diz
volta
eu quero abrir as janelas
para o sol entrar
e antes
que entre
é você quem entra
nossas mãos tapando as frestas
imagens belas
me viro para te olhar
o feixe de luz faz tua pupila brilhar
tua mão aperta a minha
agora está forte demais
você sempre quer mais
goza
apoia o queixo no meu ombro
me abraça
me ama
abrimos a janela
voltamos para a cama.
