Bater o ponto às 14h de sábado e colocar a cabeça pra fora do escritório embaixo do sol forte, era uma mistura de felicidade com depressão, enquanto muitos já estavam se divertindo no fim de semana, eu estava um caco, livre da prisão em troca de dinheiro insuficiente no fim do mês. Mas não podia reclamar, ao menos estava livre e não queria me lembrar de rotina nenhuma até a noite do domingo.

Esbarro com o Lucas na saída, bem do jeito que eu queria, já estava pensando que queria encontrá-lo, conversar sobre tudo e sobre nada em meio a goles de litrão e beijos roubados. Sentamos na mesa da lanchonete, pedimos uma esfiha cada um e dividimos o litrão.

Ele tem cabelo castanho claro, olhos verdes, sorriso de covinha, um jeito que parecia uma mistura de despojado com fofo, quanto mais ele falava, mais eu me envolvia, confesso que estava doida pra sentar nele. Já tínhamos nos beijado vez ou outra, mas ainda não tinha ido além.

Quando saímos do bar ficamos numa rua vazia, ele me encosta na parede, segura meu cabelo e a minha cintura, nos beijamos intensamente, daqueles beijos que incendeiam imediatamente, se tivéssemos em um quarto, com certeza já estávamos nus. Ele aperta minha bunda, me aproxima tanto que sinto o pau dele duro, fico ainda mais excitada, arranho as costas dele embaixo da camiseta dele, paro o beijo e o encaro:

- Assim fica difícil... você é gostoso demais...

- Olha quem fala, queria te devorar inteira agora mesmo...

Em meio a loucuras de tesão, daquelas que dão ideias imprudentes, como se fôssemos dois adolescentes, já que não tínhamos dinheiro nem casa livre, lembramos que a faculdade que estudamos estava aberta ainda. Vamos na faculdade e conseguimos passar tranquilamente pela catraca, passamos pelo guardinha como se nada, fingimos ir pro auditório que estava rolando uma palestra, mas vamos direto pro andar de cima, em um banheiro vazio, de olho para ver se ninguém notava.

Insalubre? Talvez, mas às vezes o tesão não tem hora nem lugar, entramos em um dos banheiros acessíveis, que eram maiores, fechamos a porta, começamos a nos beijar e ele diz:

- Temos que ser rápidos... – enquanto suspira de tesão.

Eu concordo, tiro a calcinha e subo a saia, ele abaixa a calça, eu começo a bater uma pra ele, que já estava duro e babando na pontinha, acelero os movimentos, logo ele coloca a camisinha, eu levanto uma das pernas enquanto ele segura e mete em mim, naquele lugar apertadinho e totalmente perigoso de nos pegarem no flagra. Logo ouvimos passos, o que nos excita ainda mais, além do medo de nos pegarem antes de chegarmos ao orgasmo... Aceleramos cada vez mais, ele mete com força e sussurra:

- Vou gozar, você é uma delícia, goza pra mim você também, vai.

Ele aperta meu peito, sobe a mão pro pescoço e gozamos juntos, tentando fazer o mínimo de barulho possível, até que ouvimos:

- Quanto fogo, ein? Não sabem que podem ser expulsos? Saiam já daí!

Escrito por :

Aline Cruz

Aline Cruz
Escrita sempre foi um refúgio e uma forma de transformar o que penso em realidade, antes em cadernos, hoje na internet como jornalista e redatora. Escrevo porque guardar tudo para mim seria egoísmo. Também faço teatro, mergulho nas músicas, viajo dentro de mim e também fora: sejam lugares, pessoas, histórias ou teorias.