Apesar de já trazermos a temática durante o restante do ano, aproveitamos que junho é o mês do Orgulho LGBTQIAPN+ para falarmos sobre um filme que aborda principalmente a jornada de descoberta da homossexualidade de um homem, o nome é “Moonlight: sob a luz do luar”, dirigido por Barry Jenkins. Mas além disso, a história também é sobre descoberta social, vulnerabilidade e negritude.

A obra é dividida em três partes para contar a vida do protagonista chamado Chiron: Little (começa com a infância, com foco na relação delicada com a mãe, que é viciada em drogas), Chiron (fase da adolescência, além da relação com a mãe, também é sobre a questão de sexualidade e identidade) e Black (retrata a fase adulta, em que ele lida com as consequências do que viveu na juventude).

Tudo começa com Chiron, um jovem negro que sofre bullying durante a infância e vive em um lar conturbado já que a mãe é viciada em drogas, com isso ele passa a buscar cuidado e afeto de um homem que conhece, o Juan, que comanda o tráfico da região. Mas é na casa dele, que o garoto encontra refúgio e segurança, ao lado da namorada de Juan, que se torna uma espécie de figura materna, onde encontra diálogo e cuidado, enquanto a mãe dele não consegue proporcionar.

Num cenário totalmente inseguro como este, Chiron cresce fugindo da própria sexualidade e sensibilidade para se tornar o que a sociedade espera de um homem. Ao fim, passa por um encontro inesperado que pode encaixar algumas peças que ele fingiu não ver durante todo este tempo.

Apesar de não conter cenas de sexo (que tanto valorizamos neste blog), este filme é importante para conhecer e refletir sobre a realidade de pessoas como Chiron, que enfrentam diversos desafios para entender, lidar e vivenciar a própria sexualidade, desde pequeno até a fase adulta. Sem deixar de lado outros temas que percorrem o autoconhecimento, a criminalidade que de início é vilã e depois se torna a solução.


Destaque em reconhecimento como filme LGBTQIAPN+


Ele foi o 1º filme LGBTQIAPN+ a ganhar o principal prêmio da Academia de Cinema, Oscar de Melhor Filme de 2017 e estatuetas como Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante, para Mahershala Ali.


Vamos falar um pouco sobre visibilidade e representatividade?

Aproveitando que estamos falando sobre um filme LGBTQIAPN+, selecionamos também alguns dados sobre a visibilidade dessas obras. De acordo com um relatório da plataforma Globo Gente, apenas 43% das pessoas apoiam o aumento da representatividade desse grupo nos programas de TV, filme ou comerciais. E apenas 39% se dizem confortáveis com beijos e mãos dadas entre casais homoafetivos em espaços públicos.

7 a cada 10 brasileiros não se acham preconceituosos no geral, mas só menos da metade é favorável à representatividade na TV e no cinema. Por quê há tanta resistência? Talvez o preconceito seja algo mais a fundo do que dizer um simples “não” e que apoia a comunidade.

Boa parte das pessoas não sabe a importância da representatividade, tanto das pessoas LGBTQIAPN+ se sentirem vistas, representadas e ouvidas, quanto para as pessoas fora da comunidade também saberem da existência e respeitarem como elas mesmas. Só as pessoas que não foram representadas sabem como é não se sentir presente e inclusa na sociedade, além da importância que é ver pessoas diversas para o próprio autoconhecimento e descoberta. Em resumo, a representatividade ajuda a combater a discriminação, promove a inclusão, fortalece a identidade e autoestima, e muito mais.

Então se você nunca tinha pensado nisso, pense, assista, apoie. Você não precisa ser LGBTQIAPN+ pra isso, são histórias tão dignas quanto as apenas com pessoas hétero que você vê por aí desde de sempre.

O que achou deste texto? Se ainda não assistiu, veja este filme e nos conte o que achou! Aproveite também, independente da sua sexualidade, para conhecer produtos que irão inovar o seu prazer aqui no site da Exclusiva.

Escrito por :

Aline Cruz

Aline Cruz
Escrita sempre foi um refúgio e uma forma de transformar o que penso em realidade, antes em cadernos, hoje na internet como jornalista e redatora. Escrevo porque guardar tudo para mim seria egoísmo. Também faço teatro, mergulho nas músicas, viajo dentro de mim e também fora: sejam lugares, pessoas, histórias ou teorias.