Luzes, fumaça, música alta que se mistura com a batida do coração,

É só mais uma noite de balada,

Ou talvez não.


Cansada, esgotada de tantas impossibilidades,

Impermanências,

Negativas de prazer,

Afinal, já era de se saber que não existe amor em SP.


Desiludida com a vida deixei me levar,

Corpos estranhos encostam no meu,

Ritmos envolventes, bebidas quentes,

Difícil não se entregar.


Como um flash vejo os olhos teus,

Em seguida os lábios vermelhos como morango,

Só penso em como eles poderiam me manchar,

E eu, me saborear,

Piercing no nariz e no lábio, como poderia tanto me instigar?

Seu corpo esculpido feito obra de arte,

Seios balançando no ritmo da música,

Quadril de uma deusa,

De onde você veio?


Te perco, afinal foi só um olhar,

Permaneci a dançar tentando acreditar que só eu bastava naquela noite,

Negando a mim mesma o desejo,

Afinal, pra que tentar e não conseguir de novo?

Prefiro como uma iludida, sonhar com você.


Até que não vejo,

Mas sinto sua mão que suavemente toca meu ombro,

Olho para o lado e seus olhos vão de encontro aos meus,

Eles perguntam e os meus afirmam,

Palavras não precisavam ser ditas.


Coloco a mão na sua cintura com cuidado,

Antes que eu pudesse pensar você me beija,

Seus lábios são doces feito mel,

Sua mão puxa levemente o cabelo da minha nuca e acaricia,

Enquanto eu arranho levemente suas costas,

Nossos toques viram dança,

No ritmo da música em meio a um mar de gente,

Mas dentro da minha mente era só eu e você.


Nem consigo raciocinar o que acontece, só me delicio,

Suas mãos não se contentam em acariciar só as minhas costas,

Elas descem até a minha bunda,

Me puxando para mais perto de você,

Agora mais do que nunca,

Não quero que a noite acabe aqui,

Preciso te provar por inteiro, sem pressa.


Você me convida para sair e eu aceito,

Eu sugiro o lugar, você aceita,

E lá vamos nós,

Perdidas na noite, encontradas pelo olhar.


Eu abro a porta,

Você entra,

Eu fecho a porta,

Você me beija,

Eu acaricio os seus seios e você enlouquece,

Lambe minha nuca e sussurra besteiras,

Tiramos a camiseta e nos beijamos,

Como duas ninfas com tesão de sobra.


Você tira meu shorts,

Eu tiro sua saia,

Começo a beijar seus seios,

Sua barriga,

E sua buceta,

Que já estava toda molhada.


Como um mapa sem destino,

Te lambuzo e te beijo inteira,

Desbravando cada curva,

Cada cheiro, sabor,

Nem precisa de rota,

É excitante desbravar o caminho até o seu prazer.


Você vem de novo e retribui,

Fazia tempo que não sentia tanto prazer assim,

Uma mão sua aperta a minha coxa,

A outra os meus seios,

E a boca chupa minha buceta,

Assistir a essa cena me deixa sem fôlego.

Eu me esfrego em você e você em mim,

Em poucos instantes gozamos juntas,

Como se esse fosse o último dia de nossas vidas,

Eu tiro o seu cabelo da nuca e assopro,

E beijo, claro,

É um prazer cultuar seu corpo inteiro.


A dança continua,

Longe de tudo e de todos,

Só nós duas,

Antes estranhas, agora amantes,

Que se entregaram ao presente independente do passado ou futuro.


Deitamos juntas,

Eu passo os dedos pelas suas pernas,

Quadril,

Cintura,

Aconchego sua nuca num cafuné delicioso.


Você dorme,

Eu cochilo também,

Não sou a mesma em mais uma noite de balada,

Nem preciso saber quem sou,

Só me basta o seu calor e cada instante do presente.