O barulho das águas caindo nas pedras era como chuva,

Aquela que cai tão forte,

Mas tão forte,

Que limpa, expurga, renova,

Livra de mim tudo que já não cabe mais,

Deixando apenas eu,

Enfim dona do meu próprio coração, do meu corpo e da minha alma,

Livre para andar, correr, voar, gozar, me encantar e desencantar,

Amante da incerteza que é viver o presente.


Dentro da água esverdeada transparente,

Fecho os olhos,

Inclino a cabeça para trás, molhando meu cabelo,

Água fria,

Para equilibrar com o sol forte que ultrapassa cada centímetro de espaço que as árvores não conseguiram cobrir.


Abro e te vejo entrando na água também,

Sorrindo,

De pele escura,

Cabelos cacheados,

Olhos curiosos e agitados pelo mundo a sua volta,

Apenas com a cabeça pra fora você tira a parte de cima do biquíni e joga em uma pedra,

“Eles não virão agora”,

“Como uma peça a menos dá tanta liberdade, né?”,

Você abre os braços, grita e me chama,

Também fico com os seios nus,

Era tão estranho e tão bom ao mesmo tempo,

Não ser posse de ninguém,

Dava pra ver no olhar que você sentia o mesmo,

Depois de tudo que passou,

Só restava se jogar e ser feliz.


Quem diria você aqui,

Tão a vontade na minha frente,

Orgulho da sua alegria,

Da sua força,

De ser feliz sem depender da ninguém,

Me encosto em uma pedra e deixo o sol aquecer meus seios,

Você vê e vem ao meu lado,

Vejo um besourinho nas suas costas e tiro delicadamente,

Paro,

Um perfume exala do seu cabelo,

Você movimenta o pescoço dizendo que está dolorido,

Eu massageio, posso de ajudar,

Sua pele é tão macia,

Sobe pela minha nuca uma vontade de prova-la,

Você vira a cabeça e sorri,

Diz que está relaxando, mas que quer mais,

Lembro daquele trecho da Gal,

“Eu não sei se vem de Deus

Do céu ficar azul

Ou virá dos olhos teus

Essa cor que azuleja o dia”.


Eu me aproximo e continuo a massagem,

É quase impossível não beijar seu pescoço,

Sem que eu diga nada você puxa minha mão para o seu seio,

Apertando-o,

De imediato sinto um fogo subir na minha buceta,

Aperto seus seios com as duas mãos e esfrego os meus nas suas costas,

Começo a beijar seus ombros,

Desço uma mão para a sua buceta e você se contorce,

Suspirando,

Com um braço para trás puxa o meu cabelo,

“Vai, continua sua gostosa”,

Sussurro no seu ouvido,

Quer gozar né, safada,

Enquanto continuo a massagear seu seio e seu clítoris,

Você geme alto,

Como parte da natureza,

Grito de prazer,

De liberdade,

Rio de gozo nas minhas mãos,

O espalho pelos lábios da sua buceta.


Você vira, me encara, se aproxima,

Te beijo,

Lábios grossos,

Delicados,

Macios,

Beijo que vicia, me excita,

Eu estava tão molhada sem você nem precisar tocar,

Por cima de você começo a esfregar a minha buceta na sua perna,

Você sorri,

Aperta minha bunda,

Me ajudando no movimento,

Que tesão mulher,

Sua liberdade me fascina,

Me identifico com ela,

Me encontro em cada traço do seu corpo,

Lambuzo,

Meus seios tocam os seus,

Sua buceta na minha coxa e a minha na sua,

Cada vez mais rápido,

Até gozarmos,

Juntas,

Como uma só,

Continuamos ali por alguns minutos,

Entrelaçadas ao som da cachoeira,

Depois ainda dizem que solteiras não são felizes.