Numa sociedade etarista em que a juventude é supervalorizada, principalmente para as pessoas com útero, o padrão de beleza é focado na faixa etária mais jovem possível. A partir disso, o fim da fase reprodutiva se tornou um tema envolvido por muito medo, tabus e preconceito somados aos sintomas vividos pela fase.

A menopausa é desafiadora, pode trazer diversos incômodos e sintomas que vão além das mudanças do próprio corpo, somados aos fatores sociais e culturais que costumam ser propagados em relação ao período. É comum, por exemplo, sentir dificuldades na vida sexual, seja pela redução da libido, secura vaginal ou outros sintomas, mas assim como outras questões podem ser tratadas com informação, acompanhamento médico e debate sobre o assunto.

Por isso, aproveitamos o Dia da Menopausa, 18 de outubro, para dar voz ao tema, com informações de especialista e relatos de mulheres que estão passando ou passaram por esta fase.

Acompanhe este texto da Exclusiva Sexshop para ficar por dentro do assunto!


O que é menopausa?

Caracterizada principalmente pela ausência da menstruação durante 12 meses consecutivos, reflexo do declínio dos hormônios reprodutivos, a menopausa costuma acontecer na vida de pessoas com útero entre 45 e 55 anos, marcando o fim da fase reprodutiva.

Segundo um estudo brasileiro sobre a mulher brasileira na menopausa, publicado na revista Climateric, 73,1% das mulheres sentem sintomas no período entre a pré-menopausa e menopausa, e 78,4% na pós-menopausa.

Apesar dos sintomas variarem de pessoa para pessoa, incluindo as que não as sentem, é comum a presença das famosas ondas de calor (também conhecidas como fogachos), assim como distúrbios do sono, alterações de humor e suores noturnos. A vida sexual também pode ter impactos diretos devido ao ressecamento vagina, queda na libido (reduzindo desejo e excitação), muitas pessoas também acabam sentindo dor na relação sexual e até mesmo incontinência urinária.

Mas também há o impacto na saúde mental, tanto pela mudança hormonal, quanto pelo psicológico em relação a viver esta fase envolta de preconceitos. Sintomas que são relatados com frequência são impaciência, irritabilidade, alterações de humor e até mesmo a sensação de estar em uma TPM prolongada.

A Sandhra Cabral, jornalista, comenta como foram os sintomas para ela “Acho que o maior problema que eu percebo na menopausa é que a gente perde algumas coisas que não deveria, começamos a sentir depois de 2, 3 anos que entramos na menopausa, a pele mais seca, o cabelo mais seco e começa a cair, a força muscular tem que cuidar para não perder. Eu sou ciclista, então percebo isso por causa do que eu faço, então eu tive que começar a fazer pilates para conseguir manter a minha musculatura”.


Mas não é de uma hora pra outra!


O organismo não é uma máquina, não há uma chave que vire para a pessoa entrar repentinamente na menopausa. Existe a transição antes de acontecer de fato a cessão da menstruação, chamada de perimenopausa, que acontece quando começa o desequilíbrio hormonal no corpo, reduzindo aos poucos as chances de ovulação e provocando sintomas.

Uma das entrevistadas, que se identificou como Nádia Zollem, retrata o que têm sentido durante o período “Os sintomas da minha perimenopausa começaram bem aos poucos. Maior concentração de gordura no abdômen, cintura mais "engrossada", mais calor (sem os famosos fogachos, só mais calor mesmo) e libido baixa”.

Uma das principais características é a irregularidade menstrual, mas também podem haver outros sintomas como alterações de humor, ressecamento da pele, fadiga e outros que são comuns também na menopausa. Variando de intensidade, também, de acordo com cada pessoa.

A Sandhra comenta como vivenciou o período da perimenopausa “Ao contrário da maioria das mulheres eu não senti aqueles calores. Porém nos intervalos em que eu não menstruava, neste período de climatério eu tive os mesmos sintomas que eu tinha como se eu fosse menstruar, então inchava os seios, a barriga, me sentia irritada, então foi um período bem chato porque eu tinha os mesmos sintomas de quando menstruava, mas não menstruava".


Menopausa e o medo de envelhecer

Mesmo quando as pessoas que passam pela menopausa não sofrem nenhum preconceito direto, podem vivenciar desafios e incômodos por terem chegado em uma nova fase dentro de uma sociedade que estabelece o envelhecimento como algo negativo e que precisa ser combatido a todo custo.

Medicamentos, produtos de beleza, procedimentos estéticos vendem a beleza e juventude, por conta disso, muitas pessoas acabam vivendo a ilusão de nunca envelhecerem ou esconderem esse processo. A menopausa, marca o fim da vida reprodutiva, um sinal claro que uma nova fase chegou, que faz parte do envelhecimento e é algo saudável, mas por todas essas questões somadas a falta de informação e os sintomas do período, a mulher acaba se sentido perdida e até mesmo inferiorizada.

Apesar de toda a sociedade dizendo o contrário, é preciso afirmar que envelhecer não é fácil, mostrar as dificuldades, mas de forma informativa para que as pessoas estejam cada vez mais preparadas e acolhidas para vivenciar essa fase com menos problemas possíveis, com maior acolhimento e suporte da medicina.

A maior parte dos conteúdos da mídia valoriza a juventude e inferioriza o envelhecer, principalmente no ocidente, porém é possível observar o surgimento de pessoas começando a falar mais sobre o assunto da menopausa, por exemplo, levando informação a este público e começando a “nadar contra essa maré” e trazer o envelhecimento com menos peso e mais naturalidade. Nádia comenta um pouco sobre um conteúdo que tem acompanhado “Tenho escutado um podcast falando sobre o tema (um da Fernanda Lima, chamado Zen Vergonha) e tem sido bem útil".


Como tratar ou aliviar os sintomas?


Apesar da menopausa não ser uma doença para ser tratada, existem formas de amenizar os sintomas, lidar com essa nova fase, cuidar da saúde para que sinta menos impactos possíveis e tenha melhor condição de vida. De acordo com o mesmo estudo citado anteriormente da Climateric, 52% das mulheres na menopausa fazem algum tipo de tratamento, geralmente mulheres de classes mais altas que buscam, e 22% fazem a terapia de reposição hormonal, o restante recorre a terapias alternativas e antidepressivos.

De acordo com a Camila Gentile, sexóloga e sócia da Exclusiva Sexshop “Existem muitos tratamentos, vão desde de diminuir o consumo de açúcares e carboidratos de baixa qualidade ao uso de um bom lubrificante com ativos hidratantes como ácido hialurônico e ativos naturais: coco, copaíba, babosa".

É recomendado realizar acompanhamento no ginecologista, que auxiliará a encontrar o melhor tratamento e forma de preparar o corpo desde os primeiros sinais da perimenopausa e verificará o que é adequado para cada caso. Assim como outros especialistas, como psicólogo para tratar o impacto da saúde mental também neste período.

A reposição hormonal é um dos tratamentos mais conhecidos para o período, já que trata diretamente o desequilíbrio hormonal desta fase, mas também possui contraindicações (assim como outros tratamentos com hormônios). Também há alternativas naturais para amenizar os sintomas, como os fitoterápicos e homeopáticos. O estilo de vida faz muita diferença, como a alimentação com dieta que incluam nutrientes que auxiliam no período (até mesmo suplementação de vitaminas) e prática de atividades físicas, tanto para liberação de endorfinas, quanto para manter e ganhar massa muscular que tende a diminuir no período.

Nádia, que ainda está no período de perimenopausa, evidencia o cuidado da saúde mental “O tratamento tem sido continuar a terapia (rsrs) e um complemento que o ginecologista passou, para recuperar a libido. Acredito que não poderei fazer reposição hormonal, por conta de histórico familiar".

Enquanto a Sandhra faz tratamento de outras formas “Faço suplementação de proteína todo dia, porque perdemos mesmo massa magra não tem jeito, tomo biotina para o cabelo e a cada três meses faço suplemento de vitamina e paro três meses". E também tem buscado a alternativa hormonal “Estou tentando buscar um ginecologista que me dê a reposição hormonal, porque a maioria não dá porque tenho casos de câncer na família. Mas estou lendo pesquisas científicas neste sentido e já estão dissociando a reposição do surgimento de câncer".


Dicas para melhorar a saúde sexual durante a menopausa

Assim como dito no início do texto, a menopausa costuma provocar redução na libido, secura vaginal, mas também pode causar dor na relação sexual com penetração e até mesmo incontinência urinária. Segundo a Camila Gentile, “A baixa hormonal, pode comprometer a libido, lubrificação, disposição e ressecamento íntimo".

Além de tratamentos para cuidar dos efeitos da menopausa como um todo (como o tratamento hormonal ou natural), existem formas de cuidar diretamente as possíveis disfunções sexuais que também pode ser indicadas com maior precisão por ginecologistas, sexólogos e fisioterapeutas pélvicos, entre outros profissionais especificamente para cada caso.

No geral, os sex toys podem ser aliados também nesta fase, tanto para provocar orgasmos quanto para fortalecer a musculatura, a Camila afirma “O uso de vibradores estimulam a lubrificação e ajudam no fortalecimento dos músculos íntimos fortalecendo o assoalho pélvico”.

Antes de tudo, a masturbação é uma prática saudável e benéfica também na menopausa, pode aliviar os sintomas comuns desta fase, como diminuição da libido e secura vagina. Os orgasmos liberam hormônios como ocitocina que promovem o bem-estar, reduzem o estresse, entre inúmeros outros benefícios, além de claro, proporcionar prazer e satisfação sexual.


1. Vibradores para aumentar a lubrificação

Seja estimulando o clítoris, o Ponto G ou os dois ao mesmo tempo, os vibradores são aliados do autoconhecimento do próprio prazer, facilitando e proporcionando novas formas de estimular orgasmos a sós ou acompanhada (inclusive uma ótima forma de tirar o sexo da rotina). E consequentemente ajudará a aumentar a lubrificação da região vaginal.


2. Óvulos de óleo de coco para secura vaginal


O uso de óvulos de óleo de coco ajuda hidratar a vagina, além de proteger e prevenir de infecções na região. É um produto 100% natural, com a ação da vitamina E presente no óleo de coco.


3. Massageador com ponteiras Peridell para fortalecer o assoalho pélvico


O fortalecimento dos músculos da região pélvica é essencial não só nesta fase, quanto em outros momentos da vida, até mesmo para prevenir que durante a menopausa a musculatura esteja mais frágil.

De qualquer forma, o massageador é um produto fisioterapêutico, capaz de estimular o ponto G, a vibração além de auxiliar a provocar orgasmos, melhora a musculatura da vagina, que pode ficar menos resistente com o passar do tempo (ou de outras questões como gravidez, atividade física de impacto, entre outros) se não for fortalecida. Ao massagear na abertura da vagina, pode auxiliar na elasticidade da região, que pode ficar mais fina e até mesmo com fissuras neste período.

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Escrito por :

Aline Cruz

Aline Cruz
Escrita sempre foi um refúgio e uma forma de transformar o que penso em realidade, antes em cadernos, hoje na internet como jornalista e redatora. Escrevo porque guardar tudo para mim seria egoísmo. Também faço teatro, mergulho nas músicas, viajo dentro de mim e também fora: sejam lugares, pessoas, histórias ou teorias.