Sexta-feira à noite, a única coisa que eu desejava era a minha cama,

Ônibus,

Trem,

Metrô,

Quando faltam apenas alguns quarteirões pra chegar em casa a chuva começa,

Forte, com raios e trovões,

Chego em casa completamente ensopada,

Entro no banho e desabo,

Física e mentalmente exausta,

Cada partícula de desgaste indo pelo ralo,

Fico neutra, relaxada, aliviada,

Enfim janto, me troco e me preparo pra dormir,

Coloco minha confort série na TV e de repente,

Escuridão,

A televisão desliga,

Olho pela janela e também não vejo nada,

Eu só queria a paz de assistir algo tranquila...


Ouço alguém bater na porta e me assusto, mas logo escuto:

“Desculpa incomodar, é a Lara, você tem uma vela?”,

Era minha vizinha nova,

Ótimo, agora além de ficar sem minha série ainda tenho que socializar e fazer a simpática,

Falo pra ela entrar e começo a procurar a tal vela,

Nem eu tinha acendido,

Afinal eu tinha lanterna no celular, ela não??

Ela começa a conversar e admite que estava insegura de ficar sozinha,

Era a primeira vez que acabava a energia depois que ela tinha saído da casa dos pais,

Até que a companhia dela não era tão ruim,

Acendi uma vela e sentei ao lado dela no sofá,

Eu estava de roupão, cabelos soltos, pantufa,

Ela estava com um pijama de frio e de chinelo,

“Está com frio nos pés? Vou pegar um cobertor!”,

Eu pego e cubro nossas pernas.


Só com a luz da vela não consigo ver muita coisa, mas vejo a silhueta dela,

Cabelo liso e repicado, com franja grande,

Parte de cima presa,

Olhos penetrantes, lábios grossos,

Seios escondidos dentro da camiseta,

Mãos finas e macias,

Cheiro doce que já faz parte da minha sala,

Sinto ela se aproximar cada vez mais,

Talvez inconscientemente por conta do frio,

Mas o calor do corpo dela me arrepia,

Aquela conversa no escuro estava me hipnotizando,

Só sentia vontade de beijá-la e me aquecer naquele corpo,

Ficamos um tempo em silêncio,

Apenas nos olhando e ouvindo o barulho da chuva,

Quebro o gelo perguntando se ela namorava, só pra garantir,

Ela fala que não, “as garotas da cidade pareciam muito complicadas”,

Ufa!

Concordo e continuamos a nos olhar, agora num riso um pouco mais constrangedor,

Mas que revelava nossas vontades também,

Me aproximo dela de vez,

Ela encara meus lábios pacientemente até que eu os beije,

Seguro o rosto dela, macio,

Até chegar na nuca,

Ela se aproxima,

Sobe um tesão enorme de senti-la tão próxima assim...

O beijo fica cada vez mais intenso,

Paro para beijar o pescoço dela, a sinto se arrepiar,

Desço delicadamente as mãos para os seios,

Ela se aproxima ainda mais,

Tocando também nos meus,

A vontade era de me fundir com ela,

Pelo jeito a dela também, ela sobe no meu colo e rebola enquanto me beija,

Coloco a mão devagar por baixo da camiseta dela,

Seios não tão grandes,

Mas macios, passo o dedo em volta dos mamilos delicadamente depois aperto,

Ela se contorce de tesão e tira a camiseta,

Coloca os na minha cara,

Chupo, aperto, labuzo,

A deito,

Ela tira a calça,

Começo a beijar as coxas dela até chegar na virilha,

Passo a mão devagar na buceta, e antes de colocar os dois dedos já sinto molhada,

Gostosa,

Ela puxa a minha mão exatamente onde está o clítoris,

Eu massageio e depois estimulo com a língua,

Combinando o movimento com os dois dedos dentro dela,

No meio do barulho da chuva escuto a gemer, cada vez mais intenso,

Isso me excita também,

“Não para!”,

Aumento o ritmo, ela goza e me afasta.


Ela coloca a mão em volta do meu pescoço e diz:

“Vem cá”,

Me puxa pro seu lado,

Eu deito e ela coloca a mão na minha buceta,

Massageando meu clítoris enquanto observa a minha reação,

Quando vê que estou gostando começa a gemer baixinho no meu ouvido,

Me arrepio inteira,

Como ela consegue me excitar assim?

Enquanto continua os movimentos, chupa meu peito,

Eu me contorço a cada toque e a cada vez que ela acelera,

Puxo o rosto dela pra beijá-la,

E suspirando nos lábios dela eu gozo também,

Ela sorri,

Me beija de volta,

E lá ficamos até a energia voltar...

“Bom saber que tenho companhia durante as tempestades por aqui...”.

Escrito por :

Aline Cruz

Aline Cruz
Escrita sempre foi um refúgio e uma forma de transformar o que penso em realidade, antes em cadernos, hoje na internet como jornalista e redatora. Escrevo porque guardar tudo para mim seria egoísmo. Também faço teatro, mergulho nas músicas, viajo dentro de mim e também fora: sejam lugares, pessoas, histórias ou teorias.