Me deito na rede e respiro fundo: paz. Finalmente tinha cumprido todas as tarefas da semana, e agora no sábado, casa limpinha, podia finalmente colocar os pés pra cima e apenas observar as nuvens se movimentando. Fazia tempo que não conseguia fazer isso, parecia que todas as pausas eram consumidas pelas redes sociais, informações, conversas, compromissos - tudo sobreposto e misturado na minha mente.

A brisa me envolve balançando levemente a rede de um lado para o outro, quase imperceptível, mas foi o suficiente pra que eu fechasse os olhos... De repente sinto algo caindo na minha cabeça, abro os olhos e tiro uma folha do meu rosto e noto que não estou mais na rede, estava deitada na grama embaixo de uma árvore.

Levanto, começo a andar e vejo que não sei ao certo onde estou, um lado parecia uma floresta o outro um gramado mais baixo e uma casinha bem no fundo. Começo a caminhar pra tentar encontrar alguém ou algo que eu entenda que lugar era aquele, quando escuto:

- Shhhh, vai espantar aquele coelho! – um homem alto, de camisa branca, calça bege e um lenço vermelho pendurado, disse, mirando uma arma para o lado oposto de onde eu estava.

- Por que você quer matar um coelho? – pergunto.

Ele me ignora, depois desiste, dizendo que afugentei o animal. Quando ele se aproxima de mim logo paraliso, ele não parecia ser da mesma época que eu, cabelos ruivos enrolados, olhos claros, barba começando a crescer e um sorriso leve que marcava covinhas em suas bochechas. Os detalhes dos babados na camisa eram a prova de que ou ele veio de outra época (como se isso fosse possível), ou ele estava voltando de uma festa à fantasia.

Ele começa a conversar comigo e me diz pra ir pra casa dele, preocupado que logo ia escurecer, mas como eu iria pra casa de um estranho, do nada? Acabo cedendo, meio atordoada depois de ter acordado nesse lugar e ao mesmo tempo hipnotizada por esse homem. Ao chegar na casa dele percebo o quanto ela é incrivelmente simples, não tinha nenhum aparelho eletrônico, mas era totalmente organizada.

Ele pega uma coberta - já que com o sol indo embora o vento fica mais gelado - e me leva no sofázinho da varanda. Senta-se ao meu lado e me abraça pra me ajudar a esquentar. O pior é que ao invés de ter medo, mesmo que seja diferente estar com um estranho, eu me sentia muito à vontade, inclusive estava torcendo pra que ele me beijasse... Viro a cabeça de propósito e o encaro, poderia o admirar por horas e horas, vejo que ele também se entretém mergulhando nos meus olhos e desviando o olhar do meu decote, de repente pergunta:

- A senhorita é casada?

O jeito que ele fala é quase que engraçado, mas nego e continuo séria, de repente quando noto nossos lábios estão juntos, nos beijamos, ele segura a minha nuca com as mãos e coloco minhas mãos nos ombros dele, percebo o quanto são grandes e fortes. O ritmo aumenta e quando vejo estou sentada no colo dele, cada toque dele me arrepia por inteiro, mesmo assim ele parecia muito contido, dou uma ajudinha e coloco a mão dele dentro do meu vestido, no meu seio, me excito cada vez mais conforme ele aperta e me beija, me aproximo mais da cintura e sinto o pau dele duro, rebolo e me esfrego desejando muito mais que um simples beijo.

Dou uma olhada pra trás, até porque estávamos ao ar livre e vejo que realmente não tinha ninguém além da natureza. Tiro o meu vestido e me envolvo com o cobertor, ele lambe os lábios de me ver seminua, chupa meus seios, segura na minha cintura aproximando cada vez mais da dele, até que ele abaixa a bermuda, deixando o pau dele pra fora. Começo a bater uma pra ele e desço pra chupar, quando aumento o ritmo ele pede pra me levantar e me ajuda a sentar nele, me arrepio de tesão ao sentir o pau dele entrar em mim. Rebolo e volto a beijá-lo.

Era tudo tão intenso, tão novo, tão sincero que logo chego ao orgasmo, gemendo e quase me derretendo em cima dele, ele me fala pra sair, mas eu nego:

- Shhh, quero continuar, você é uma delícia – digo, colocando um dedo sobre os lábios dele.

Ele sorri e beija meu pescoço enquanto aperta meu peito, morde, chupa, me fazendo arrepiar ainda mais. Ainda com muito tesão volto a quicar nele, alternando com reboladas, ele bate na minha bunda e goza junto comigo. Tudo estava tão gostoso que poderia continuar por horas, mas paramos, ele se encosta no sofá e eu deito sobre o peito dele, ele faz cafuné e com as mãos percorre todo o meu corpo.

Antes que eu pudesse perceber, fecho os olhos, e quando abro estou na rede de novo, agora já escureceu, a brisa está mais gelada. Estou atordoada, o que tinha acontecido? Era muito real pra ser um sonho, quem era esse homem? Me levanto e vejo um lenço vermelho no chão, igual ao que ele usava no bolso. Não podia ser coincidência.

Escrito por :

Aline Cruz

Aline Cruz
Escrita sempre foi um refúgio e uma forma de transformar o que penso em realidade, antes em cadernos, hoje na internet como jornalista e redatora. Escrevo porque guardar tudo para mim seria egoísmo. Também faço teatro, mergulho nas músicas, viajo dentro de mim e também fora: sejam lugares, pessoas, histórias ou teorias.