para o surubão de Noronha ninguém me chama,
mas tem suruba em todo lugar.
você só precisa encontrar os seus parceiros de suruba.
muito se fala sobre o surubão de noronha - como se em São Paulo também não tivesse.
mais comum do que você pensa - mas todo mundo finge que nunca fez e/ou não tem interesse. a verdade é: vontade quase todo mundo tem.
a suruba e as orgias estão no imaginário do cidadão de bem, não à toa, vende-se pornografia como se não houvesse amanhã.
e justamente por estar no apelo do segredo, é que gera esse tabu em torno da suruba. mas vem cá, vou te falar: suruba é igual uma festa, só que além dos outros pecados como álcool e drogas, tem sexo. e aí é que está ponto central da questão, a hipocrisia cristã - álcool pode, cigarro pode, putaria não.
polêmica:
como uma grande defensora da putaria, vou te dizer, uma das minhas melhores experiências sexuais, foi numa suruba.
e suruba é muito diferente de sexo, de fazer amor, de intimidade, de parceria e todas essas coisas que são ótimas à dois. festas sexuais têm mais a ver com o corpo em festa. e acho que vale a pena participar, ao menos uma vez na vida, e perceber seus próprios tabus sendo descontruídos em tempo real.
desmistificando a suruba,
vem comigo.
"ah, mais como começa suruba?"
não precisa marcar data e hora não, pessoal. mas pode, se você quiser.
o melhor jeito de começar a suruba é - beija alguém e depois beija outro alguém e depois chame os dois alguéns para beijar junto.
pronto.
o convite tá feito.
e para bom entendedor, um beijo triplo basta.
"mas e quem tá de fora do beijo triplo?"
boa pergunta.
os demais vão se dividir em alguns perfis de comportamento:
tem os que estão com tesão mas ficam com medo e vão embora - geralmente é uma mulher hétero.
tem os que querem muito participar mas não têm experiência - você percebe pela euforia e geralmente é um homem hétero.
tem os que estão bêbados o suficiente para agir com naturalidade - a maioria.
o que importa é que foi dada a largada da metelança e quem ficou, ficou. quem se foi, perdeu.
"o pessoal lá tava de safadeza, eu hein"
(famoso deus me livre mas quem me dera)
esse pessoal que sucumbiu aos desejos da carne e da festa, uma hora vai tirar a roupa (ainda bem), e é aí que as máscaras caem.
quem é você na suruba?
o emocionado:
sai dedando tudo, enfiando em tudo, quer pegar logo todo mundo, pensa o tempo todo "meu que loucura, cara"
a preparada:
tem lubrificante na bolsa, (preservativo a gente espera que TODO mundo tenha né queridos), pode ter baralho de jogos eróticos (mas é raro), tem plug anal (bem comum) e pode ter outros acessórios de sexshop. é aquilo, ela tem em mente: pode acabar em suruba. errada não tá.
a boqueteira:
não fecha a boca em nenhum momento, chupa e lambe tudo que vê pela frente. animadíssima. fundamental em toda suruba porque sempre tem o preguiçoso e a nojinho - duas péssimas companhias na suruba.
a nojinho:
morre de medo de se descobrir lésbica. alguém precisa avisar ela que a suruba não muda sua orientação sexual, é só festa. nunca tomou tequila numa festa? pois tome. nunca chupou uma buceta? pois chupe. divirta-se.
ela fica só se esquivando, dá uma bicada no peito de alguém, julga os outros e vai embora mais cedo. mas nunca, nunca dorme sem esquecer da suruba.
o preguiçoso:
só ficou ali pra ver duas mulheres se beijando e com sorte, ter a imagem eterna de duas mulheres chupando seu pau. sempre bom ficar de olho para ele não filmar e explanar depois. ele nem gosta tanto, só tá ali para contar para os amigos. pronto falei.
o experiente:
ah, o experiente. come gostoso, não tem pressa, dedicado em todas as participantes. fundamental sua presença. ele vai lutar contra o desejo de gozar rápido e não esperamos menos do que isso.
a safada:
geralmente é ela quem começa a suruba. ela promove a putaria com muita sutileza quando você perceber tá ali, sem roupa e você só tinha ido comer uma pizza. grande atração, ela quem movimenta a suruba. vai com todo mundo e se diverte.
o galvão bueno:
ele poderia ser só um voyeur, mas não, ele quer narrar a suruba. o voyeur é muito importante na suruba, porque tem outros ali que ficam excitados em serem assistidos. inclusive todo os anteriores podem ser voyeur em algum momento da putaria. um revezamento bom demais. mas o galvão não, o galvão gosta de ficar assim "isso enfia nela", "olha lá, ela vai chupar em", "gente ela gozou, olha ali". obrigada galvão, por avisar. e sai da minha suruba, obrigada.
o próximo:
tá sempre de próximo. geralmente ninguém do grupo se atraiu muito pelo individuo e aí quando você olha pra ele, tá com aquele olhar de "tô de próximo", cara de banco reserva. pau duraço ou grelo duro, ali, nas expectativa de ser chamado.
tá aí uma dica gente - se enfia no meio. não fica esperando ser convocado não. se não, você vai morrer no banco, ok?
dicas valiosas para sua suruba
ninguém solta a mão de ninguém
não deixa ninguém sobrar não, vai lá, ajuda o moço. traz ele para o jogo, tem que ajudar o próximo.
aproveita para aprender coisas novas
é um workshop gente, várias experiências diferentes ali, reunidas. pode ser muito interessante para quando você for transar com o crush viu? "onde é que você aprendeu a fazer isso?" hm.. li num livro. aham. sei. depois que você vai numa suruba você começa identificar os surubeiros de longe.
quem come quieto come muitas vezes
nada mais broxante do que explanar. não é à toa que convites para suruba não surgem com frequência. é em off. sem exposições, sem julgamentos. todos unidos pelo bem comum da putaria. se você se comportar talvez te convidem de novo, tá?
é isso pessoal.
boa suruba pra vocês.
Eu poderia ser sommelier de pão de queijo ou algo tipo Marie Kondo. Mas a palavra é meu lugar, então escrevo: redatora, copywriter, roteirista e canhota.
Coloco ideias no papel e as tiro de lá com muita facilidade: fui produtora por doze anos, fazer acontecer é comigo mesma. Cinema, teatro, shows, eventos e entre um e outro tirava o caderninho da bolsa e me debruçava na poesia e nos contos eróticos – agora me concentro em saber tudo o que não sei para esse blog funcionar.
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